sábado, 9 de abril de 2011

DIALOGANDO COM O AUTOR: Elias José

Este post é uma homenagem ao autor Elias José,cuja obra literária está direcionada para o público infantil contando histórias através da tradição oral.Em seu livro "Caixa Mágica de surpresa" demonstra com toda sensibilidade os efeitos que a leitura de um livro pode despertar no leitor.

Elias José nasceu em Santa Cruz da Prata, distrito do município de Guaranésia, Minas Gerais, em 25 de agosto de 1936. Viveu em Guaxupé/MG com sua esposa Silvinha e seus três filhos: Iara, Lívia e Érico. Além de escritor, Elias José foi professor de Literatura Brasileira e de Teoria da Literatura na Faculdade de Filosofia de Guaxupé (FAFIG), tendo atuado também como vice-diretor, diretor e coordenador do Departamento de Letras e como professor de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira na Escola Estadual Dr. Benedito Leite Ribeiro.

Iniciou suas publicações literárias em 1970, quando a Imprensa Oficial de Minas Gerais lançou "A Mal-Amada", uma surpreendente coleção de minicontos, com apoio de Murilo Rubião, que reunia contos publicados em suplementos literários do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Portugal. Anteriormente já havia conquistado o segundo lugar no Concurso José Lins do Rego da Livraria José Olympio Editora, em 1968. Depois publicou "O Tempo, Camila" e o "Inquieta Viagem ao Fundo do Poço", este, ganhou o prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro como Melhor Livro de Contos e, ainda, o prêmio Governador do Distrito Federal como Melhor Livro de Ficção de 1974.

Elias José tem contos e poemas traduzidos e publicados em revistas literárias e antologias de autores brasileiros no México, Argentina, Estados Unidos, Itália, Polônia, Nicarágua e Canadá. Foi, por várias vezes, selecionado pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) para representar o Brasil em feiras de livros internacionais. Foi ainda jurado de vários concursos literários, ministrou cursos, oficinas e palestras, participou de vários congressos de educação, lingüística e literatura.

Faleceu aos 72 anos, em 02 de agosto de 2008,vítima de complicações de uma pneumonia. Atualmente seu legado literário tem como fonte de divulgação o Instituto Cultural Elias José.

O Instituto Cultural Elias José (ICEJ) é uma entidade de cunho literário, cultural e artístico, com sede em Guaxupé, Minas Gerais, que tem como objetivo a divulgação da literatura infantil, com o intuito de manter viva a rica obra do escritor Elias José, privilegiando a linguagem oral, através de contadores de histórias contribuindo para a conservação e engrandecimento do patrimônio cultural mineiro. Foi fundado em 2008, por iniciativa de Silvia Monteiro Elias, viúva do escritor Elias José.
Atualmente o Instituto funciona em um espaço cedido pela família do escritor, na cidade de Guaxupé. Em salas graciosamente decoradas para entreter o público infantil, são realizadas Contações de Histórias, Poesias Rimadas e apresentações teatrais, além de conter um Sebo em funcionamento, com a ajuda de doações de livros feitas por pessoas da comunidade local e uma Biblioteca Infanto-Juvenil com mais de 1.000 livros no acervo aberta ao público de segunda à sexta-feira.
O ICEJ conta ainda, com visitas à diversas entidades guaxupeanas, incentivando, nas crianças, o gosto pela leitura através do contato com os livros, provocando discussão e reflexão sobre as idéias extraídas dos mesmos.
A criação do Projeto Caixa Mágica de Surpresa propõe a interação do livro com a criança, de preferência, ligada às entidades carentes, para que a mesma passe a encarar o livro como um objeto lúdico para facilitar a sua aprendizagem, enriquecendo-a.
Desenvolve atividades literárias e culturais às comunidades educacionais, preferencialmente, às de alta vulnerabilidade social, privilegiando principalmente o incentivo à leitura com crianças.
Objetivos gerais
• Estimular o gosto pela Literatura como fonte de cultura entre pessoas interessadas, articulando o convívio de crianças com os membros e voluntários ligados ao ICEJ.
• Promover discussões que ressaltem a Literatura como fonte de prazer.
• Fazer com que os Contadores de Histórias sejam o elo entre as crianças para privilegiar a linguagem oral e reviver o prazer de recontar.
• Manter encontros que desenvolvam atividades infantis que estimulem a criação literária e a importância de se conhecer os autores e seus textos.
• Privilegiar a apresentação de peças teatrais que são frutos da literatura oral e escrita. (Fonte de informação: Wikipédia)


VEM CÁ,
ACHAR UMA RIMA PRA POETA.

VEM CÁ,
BRINCAR COM ELIAS JOSÉ.



CAIXA MÁGICA DE SURPRESA

Elias José

UM LIVRO
É UMA BELEZA,
É CAIXA MÁGICA
SÓ DE SURPRESA

UM LIVRO
PARECE MUDO,
MAS NELE A GENTE
DESCOBRE TUDO

UM LIVRO
TEM ASAS
LONGAS E LEVES
QUE, DE REPENTE,
LEVAM A GENTE
LONGE, LONGE

UM LIVRO
É PARQUE DE DIVERSÕES
CHEIO DE SONHOS COLORIDOS,
CHEIO DE DOCES SORTIDOS
CHEIO DE LUZES E BALÕES

UM LIVRO
É UMA FLORESTA
COM FOLHAS E FLORES
E BICHOS E CORES

É MESMO UMA FESTA,
UM BAÚ DE FEITICEIRO,
UM NAVIO PIRATA NO MAR,
UM FOGUETE PERDIDO NO AR,
É AMIGO E COMPANHEIRO.

Momento Especial: leitura na sala de aula.




A leitura na escola está relacionada a forma de ensinar a ler.Esta forma diz respeito ao professor como modelo de leitor que leva para sala de aula os mais variados tipos de textos e lê para seus alunos compartilhando com eles suas leituras e os diversos motivos que mobilizam o leitor a escolher um determinado tipo de texto pra ler.

Desta ótica, é necessário ser leitor para formar leitores. Os momentos didáticos reservados especificamente para a leitura compartilhada na sala de aula tornam-se significativos à medida em que se realiza uma leitura motivados pelo interesse em desvendar o assunto do texto.

Segundo Delia Lener no seu livro "Ler e Escrever na Escola - o real, o possível e o necessário", ensinar a ler na escola só faz sentido para o aluno se os textos representam os mesmos usos e funções que têm nas práticas sociais, ou seja, leio uma notícia do jornal para me inteirar dos acontecimentos;um conto para viajar na imaginação; ou posso ler um gibi como distração; até mesmo uma receita culinária para fazer um prato diferente....etc.

O importante é ter bons motivos para ler, "O necessário é, em suma, preservar o sentido do objeto de ensino para o sujeito da aprendizagem, o necessário é preservar na escola o sentido que a leitura e a escrita têm como práticas sociais...." (LENER, p. 18, 2002)

Ensinar a ler textos literários e outros tipos de textos presentes nas práticas sociais, necessariamente está vinculado à prática pedagógica de aulas nas quais o professor reserva momentos específicos para realizar leitura de diferentes tipos de textos para os alunos.

Ao planejar sua aula diária o professor deve reservar o horário nobre (início da aula) e ler para os alunos os mais diversos tipos de textos como: contos de fadas, lendas, poemas, textos de jornais, fábulas, etc....

A leitura em voz alta do professor, faz com que mesmo antes de saber ler convencionalmente o aluno tenha acesso à linguagem escrita e construa um repertório de conhecimento a respeito dos tipos de textos presentes no seu contexto social, assim como, aprende a reconhecer os usos sociais destes textos e os objetivos que motivam a busca por determinado tipo de leitura.


Os objetivos para ler dependem do interesse do leitor por determinado tema ou assunto, tal interesse, mobiliza o leitor a procura do tipo de texto que vai de encontro as suas expectativas. No que diz respeito às expectativas das crianças, os contos são as principais fontes de leitura por aguçar o imaginário através da trama presente nas narrativas infantis. Neste contexto, a leitura assume o objetivo de prazer,contribui para dar asas à imaginação e recriar novas versões a partir da leitura de um conto.

Quando o professor inicia sua pauta diária com uma leitura de um conto para seus alunos, está fertilizando o universo do imaginário das crianças.Este momento torna-se especial, pois faz da leitura uma prática vivenciada por muitos atores cada um com seus conhecimentos prévios sobre a trama da história em questão, contribuindo para atribuição dos sentidos do texto e ao mesmo tempo ampliando seus conhecimentos.