sábado, 6 de maio de 2017

LEITURA EM VOZ ALTA NA EDUCAÇÃO INFANTIL



Na educação infantil muitas vezes torna-se difícil elaborar atividades de leitura e escrita que não estejam diretamente orientadas para a decifração do código escrito. É comum encontrarmos atividades dessa modalidade de ensino  direcionadas apenas para identificação de vogais ou até mesmo letras do alfabeto desvinculadas de uma situação discursiva, ou seja, a criança marca letras no início ou final de palavras. Porém, depois do advento da psicogênese da língua escrita, consubstanciado nas pesquisas de Emília Ferreiro  é mister reconhecer que as crianças se apropriam da leitura e escrita á medida que convivem com situações socioculturais (em casa ou na escola) nas quais ler e escrever se faz necessário por algum motivo.
Por outro lado, como ler e escrever quando não se tem o domínio do código escrito? É pertinente entender que a resposta a esta questão nos remete á necessidade da mediação de alguém mais experiente, no caso o professor ou os familiares do convívio da criança para intermediar sua relação com os portadores de textos presentes na sociedade atual. 
Quando se entende que a criança pode ser iniciada no universo letrado através da leitura de alguém mais experiente ou mesmo ter a oportunidade de  ditar um  texto para alguém escrevê-lo para ela, toma - se uma concepção diferente sobre a iniciação sobre a   aquisição da linguagem escrita, compreendendo-se que  mesmo antes de  ter o domínio do código escrito a criança pode elaborar hipóteses evolutivas sobre leitura e escrita e prosseguir avançando para apropriação da  leitura e escrita de textos aproveitando o para testar suas hipóteses de leitura e escrita com mais  autonomia.
Nesta concepção as  atividades envolvendo primeiro o domínio do código escrito para posteriormente soletrar e a partir daí passar a ler tornam-se improdutivas no sentido de que  desestimulam  a criança a elaborar suas hipóteses sobre leitura e  escrita,  pois as  letras só fazem sentido quando representam uma situação discursiva onde o texto expressa-se como  motivo para ler ou escrever.
Na sociedade atual a criança está imersa a uma diversidade enorme de situações onde os textos representam situações discursivas significativas, seja para dar asas à imaginação como no caso dos contos tradicionais, ou apenas para saber o nome de um produto utilizado no dia a dia como os rótulos. Seja qual for o tipo de texto a criança necessita da ajuda de um adulto para ler com ela a mensagem presente naquele texto que ela ainda não dispõe dos conhecimentos formais de  leitura para decifrá-lo. Mas pode compreendê-lo a partir da leitura de outra pessoa.
Neste sentido, a leitura em voz alta torna-se uma estratégia importante para inserir a criança na compreensão da mensagem expressa no texto. Na escola de educação infantil, o professor pode lançar mão dessa estratégia, realizando atividades permanentes de leitura em voz alta de contos tradicionais ou mesmo de livros de literatura infantil. Este é um hábito que deve ser disseminado na educação infantil e a partir daí incentivar as crianças a produzirem suas atividades de escrita. Ler em voz alta é diferente de contar histórias mostrando apenas as figuras, pois ao contar a história existe o predomínio da fala informal, ao ler o que está escrito na história a linguagem escrita prevalece sobre a oralidade. Neste texto estamos falando sobre a importância da leitura em voz alta do texto escrito. Para tanto, é necessário uma ter  didática no momento da leitura que oriente-se por estratégias favoráveis a apropriação do objeto escrito pelo leitor/criança,  são as  estratégias de leitura. O bom  desenvolvimento dessas estratégias de leitura depende de princípios didáticos a serem realizados para promover melhor compreensão do texto escrito e devem ocorrer antes, durante e depois da leitura em voz alta.

Estratégias de Leitura em Voz Alta

Antes da leitura: princípios didáticos


  1. preparar o ambiente de forma agradável às crianças para promover a apreciação do ouvinte
  2. Escolher o livro de acordo com a faixa etária das crianças e seus gostos literários
  3. Explicitar os motivos da escolha do livro relacionando-os com os conhecimentos prévios das crianças
  4. Apresentar o contexto de produção (título do livro, autor, ilustrador, imagens etc)
  5. Utilizar a estratégia de antecipação (primeiro antecipar com as  crianças o que  acham que o livro trata,  e posteriormente concluir com elas  sobre o que  o livro trata realmente)
  6. ler o título e explorar a imagem com as crianças
  7. Investigar se já conheciam  a história incentivando-os a falarem sobre seus conhecimentos prévios
  8. Ler e explorar a contracapa do livro
Durante a Leitura: princípios didáticos

  1. Ler com pausas apresentando as imagens ilustrativas da história
  2. Ler com entonação, ritmo, emoção
  3. Ler até o final da história (por isso é importante escolhes histórias menores)
  4. Demonstrar envolvimento na leitura que está fazendo




Depois: princípios didáticos

  1. Perguntar se gostaram da história
  2. Qual parte mais gostaram
  3. Relê trechos da história e passar o livro para que todos tenham oportunidade de explorá-lo de acordo com seus interesses
  4. Fazer uma reconstituição oral da historia com as crianças, complementando a fala delas com elementos  importantes para dar sentido a sequência do texto oral produzido por elas.
fontes das imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiplIEvxEZeHos7LwUKzwFgBxjShYOQbHioKdSVVRW0IC6g58uZCbaxWKizsPuEfhzi5t8nlafrlju-16yKKHyhYyVZ2eQj1pGzJcwerN-4gE-jZmdgAd9fVMtfysGiLp-13Z8t25QZRo/s1600/leitura-criancas-lendo-ilustracao.jpg

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCk2Q63KRqHv0xgubcFhjgqCFui63YdJFCkbGITe9Vq7i6bCm9lQeatnfvHPBfTxMrQGdSiqQGcSdBp8brBPPBHudTp1IUgk6hAPIJkMHiMmlU1VbBLbWzGEck38-liaoIB-IFMEIOREM/s1600/professora+lendo+livro_thumb.png

quinta-feira, 4 de maio de 2017

leituriando: Momento Especial: leitura na sala de aula.

Leituriando,  vamos lendo a vida através dos legados socioculturais  de compreensão do mundo, pois o verbo significativo pode ser extraído das entrelinhas do texto, seja ele oral ou escrito, visual ou perceptivo, o importante é compreender a mensagem e transformá-la em ação voltada para o bem estar nosso, e dos outros.